terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Julgamento


Finalmente, em Fevereiro de 1923, acabou o julgamento dos bárbaros crimes do 19 de Outubro de 1921. O acusador público foi o general Oscar Fragoso Carmona (Sergio Moras), que se tornaria anos mais tarde o protector de Salazar e Presidente da Ditadura. Apesar das pressões Monarquicas e reaccionárias os participantes do golpe militar da manhã de 19 de Outubro foram absolvidos, assim se provando que a acção da camioneta fantasma durante a tarde e a noite do mesmo dia não tem nada a ver com o golpe do tenente Manuel Maria Coelho, heroi do 31 de janeiro de 1891. No tribunal, Abel Olimpio (Luis Thomar) teve a desfaçatez de acusar o Governo de "não saber guardar as moradias dos cidadãos ameaçados por facínoras que poderiam andar toda a noite a cometer crimes que ninguém surgiria para os evitar". E Berta Maia foi premonitória: Tu falarás, não hoje, neste Tribunal, mas mais tarde, tu falarás. Finalmente as sentenças: Abel Olímpio (o Dente de Ouro) Heitor Gilman e José Carlos, 10 anos de prisão maior e 20 de degredo, Mário de Sousa, Acácio Cardoso, Matías Carvalho, Palmela Arrebenta, José Maria Felix, Acácio Ferreira, 8 anos de prisão maior seguidos de 20 de degredo (redução de voz). Benjamim Pereira, Manuel Aprígio, Baltazar de Freitas... Mas Rocha Martins, o jornalista escreveu :- Condenados só vi, até agora, os executores, aqueles cujas culpas não oferecem dúvidas. Trabalharam por sua conta estes carrascos? Saiu das suas cabeças essa ideia terrível de assassinar gente honrada e deixar com vida tantos miseráveis? Quem preparou a aura do terror? Das suas revelações é que depende a justiça, não a do tribunal republicano, que só condena marujos e soldados, mas a outra, a que algum dia, tarde ou cedo, se fará em nome da Nação. E anos mais tarde, devido à persistencia de Berta Maia, houve respostas às perguntas de Rocha Martins

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